EXPOSIÇÃO A SOLO “SILÊNCIO” By RoMP

 

datas da exposição - 05/05 -- 01/07

 

A primeira exposição a solo da escultora RoMP, “Silêncio”, apresenta uma coleção de sete peças em pedra mármore.

A transição para uma vida que passa a acontecer mais de dentro para fora e o confronto com as noções de silêncio, espaço, ausência, permanência e vazio, criam o ímpeto para a realização desta coleção.

A artista lacobrigense, mestre em Design de Produto e residente anual do LAC, extraiu da sua relação com as práticas de yoga, meditação e caminhadas a solo, a crème de lá crème que originou a presente coleção, bem representativa da qualidade de existir sem pensamento, informação e ego.

Absolutamente fascinada com a exploração das possibilidades do trabalho em pedra e do que pode ser representado ao se servir dela, RoMP visa levar à reflexão sobre a necessidade de silêncio e de espaço num Mundo de ruído, caos e estímulo constante.

Para além do aspeto autobiográfico de todo o seu trabalho, a escultora retirou inspiração do livro “Silêncio”, de Thich Nhat Hahn, da sua experiência num workshop de yoga iyengar com a professora Luísa Geraldes e da crónica do humorista Bruno Nogueira, “Metro Quadrado de Silêncio”, sobre o direito ao silêncio e a forma como fugimos dele a todo o custo pelo medo de lidar com a quietude e a ausência/ vazio.

“Silêncio” trata-se de uma coleção minimalista, que apresenta formas geométricas representativas da existência primordial e não-conceptualizada. Noções como a de “ruminação” dos pensamentos, hábito extremamente recorrente na sociedade tecnológica e digital, estão representados nas formas ovais e nos círculos. Também os conceitos de “espaço”, “existência” e “respiração” se inserem bem na geometria apresentada, dada a circularidade e a constância dos fenómenos. O silêncio é a qualidade transversal e inerente a cada uma das sete peças apresentadas, mas ainda a razão pela qual todo o artista reúne as condições internas para criar.

Fator distintivo da recente coleção da artista é a escolha pelo recurso à tinta preta, usada para reforçar as noções de espaço, vazio e ausência. Foi também dessa tinta e do pó da própria pedra que a artista se serviu para a impressão de três modelos de prints, das texturas e formas das peças.

Com uma obra marcadamente influenciada pelos elementos, as formas e os estados da natureza, a escultora RoMP serve-se agora do seu propósito mais pessoal de autotransformação através da auto-observação (silêncio) para relembrar a audiência de quem somos na nossa forma mais pura e natural.